Léo Moura: 'Saída do Fla está próxima'

Lateral-direito admite que deve ir para o CSKA Moscou

Vencer o Fluminense tem uma série de significados para Leonardo Moura. Além de querer dedicar o título do Carioca para o amigo Fábio Luciano, ele quer conquistar o feito de ser tricampeão e coroar sua passagem pelo Flamengo. Na entrevista exclusiva ao LANCENET!, o lateral-direito admitiu que é quase certa sua transferência para o CSKA Moscou (RUS).

A indicação de Zico está pesando e sua decisão está tomada. Falta só abrir o mercado europeu e os russos pagarem amulta rescisória (cerca de R$ 13,5 milhões) ao Flamengo. O até breve está ensaiado. Afinal, mais uma vez ele escancarou seu amor pelo Flamengo e garantiu que encerrará a carreira na Gávea.

LANCENET!: Como você está encarando esse clássico?

Para mim, será uma final. Quero muito ser tri pelo Flamengo. Seria um marco pessoal. Aqui me sinto em casa. Eu vim do nada, de uma família humilde da Vila Kennedy. Meu pai (José Carlos) muitas vezes deixou de comprar alguma coisa para eu ter a passagem do ônibus e poder treinar. Ele sempre comentou com minha mãe (Lenice) que eu daria certo no futebol e viu isso se concretizar. Quando entro em campo em jogos importantes como esse, passa todo esse filme na minha cabeça.

L!: No Flamengo você confirmou seu talento?

Aqui é meu porto seguro. Antes de chegar aqui eu não imaginava que seria tão reconhecido como sou hoje. Eu já era antes, mas aumentou em 80% depois que vim para cá. Com certeza isso contribuiu para eu ter ido para a Seleção Brasileira. Eu costumo dizer que quem joga e vira ídolo aqui tem credencial para jogar em qualquer lugar.

L!: Já me confirmaram que você está com um pé no CSKA Moscou (RUS). É fato que você sairá do Fla no meio do ano?

É meu projeto ambicioso. É pela ligação que eu tenho com o Zico. Ele já citou meu nome desde o Japão. No Fenerbahçe (TUR), não evoluiu e agora está se aproximado mais. Ele é meu ídolo e não é qualquer aventura. É algo pensado. Minha saída é uma coisa que está amadurecendo. Se acontecer, é porque estou pensando no meu futuro. Mas o lado emocional é outra coisa. Vai ficar um pedaço de mim aqui. Sempre fui mascote entrando em campo com o Fla e comecei com nove anos naquela quadra ali (aponta para a society da Gávea), quando ela era de terra batida. Jogo aqui com o coração.

L!: Então nem precisa dizer onde encerrará a carreira...

Voltaria depois para encerrar a carreira aqui no Flamengo. Mas depois de parar de jogar nem vou pensar mais em nada ligado ao futebol. Ser empresário é uma possibilidade. Venho me aprofundando e vendo como funciona, já pensando no futuro.

L!: Mudando de assunto... O goleiro Júlio César admitiu uma vez que se desconcentrou quando ouviu pela primeira vez a provocação da torcida com relação a Suzana Werner. Você sentiu o mesmo quando falaram da Perlla?

Juro que não esquentei. Sou muito tranquilo. Sei que cantam porque querem me desestabilizar. E querem isso porque gostam de mim e me reconhecem. Vaiam porque hoje estou no Flamengo, mas todos já cantaram meu nome um dia porque joguei por Vasco, Fluminense e Botafogo.

L!: Você é amigo do Leandro, lateral-esquerdo do Fluminense. Como será esse duelo?

Nós nos conhecemos em Portugal e criamos uma amizade por ser aquela coisa de brasileiros em um outro país. O apelido dele é Buchecha (da dupla Claudinho e Buchecha). Parece muito (risos)... Mas nem dá para brincar muito porque é ele que sempre começa a botar pilha nos outros. Será um duelo legal. Ele é muito bom jogador. Não está como naquela fase do Cruzeiro, mas vai dar muito trabalho. Quando o Juan esteve para sair do Fla e o Leandro estava saindo do Palmeiras, eu até falei para vir para cá e ele ficou de consultar o Porto.

L!: E a saída do Fábio Luciano?

Ele está irredutível. O pessoal vai se fechar nessa fase decisiva, pois todo mundo gostaria de dedicar esse título do Campeonato Carioca a ele.