Léo Moura: um autêntico 10

Lateral usa a 2, mas é como meia de ligação que recuperou o bom futebol

Depois de poucos jogos na Taça Guanabara, Cuca chegou a comentar que o time precisava de um articulador de jogadas, um autêntico camisa 10. O tempo passou e a solução foi improvisar Leonardo Moura na função. Deu certo. O então sumido lateral já disputou três partidas como meia e foi o destaque do Flamengo em todas.
A evolução é perceptível em todos os sentidos. O LANCE! levantou todos os números de Leonardo Moura nos dez jogos que ele disputou no ano.

Nos sete primeiros, no antigo esquema, ele não marcou gol algum e só deu uma assistência. Mas nos últimos três jogos ele fez três gols e deu três assistências. Não é só isso. A média de dribles, finalizações e até mesmo de cruzamentos aumentou.
É tão animadora essa nova fase de Léo Moura que até mesmo Cuca se rendeu. Se no começo do ano havia a preocupação com a carência de criatividade no meio, o técnico agora já não pensa assim.

– Ele supriu essa carência que tínhamos de um meia de ligação. Léo é versátil e tem todos os predicados para ser um grande meia também. Ele tem domínio territorial, bom toque de bola e é rápido tanto no raciocínio como com a bola no pé – disse o treinador, para explicar um pouco mais o que espera dele.

– O primeiro gol dele foi uma autêntica jogada de um meia. Ele tocou a bola achando o Zé Roberto e movimentou-se para receber na área. Eu gostava muito de jogar assim quando era meia – brincou Cuca.
Quem também elogiou Leonardo Moura e o esquema implementado pelo técnico foi Josiel.

– Essa nova formação está dando resultado. A equipe está crescendo. O ataque também está sendo bem acionado. Estão todos se movimentando bem e o Léo Moura, em especial, está tendo atuações excelentes – disse Josiel.
Mas todos esses elogios de que Leonardo Moura tem ido muito bem fazendo a função de um camisa 10 não são capazes de fazê-lo mudar o seu número. Nem de pensar em trocar de posição.

– Não me considero um apoiador. Sou um ala com muita liberdade para me movimentar e atacar. Na Europa, eu só jogava assim. Não tenho mais de cobrir os zagueiros. Até porque já tem alguém para fazer isso. Essa função tem me ajudado
muito. Antes, eu tinha de começar a criar as jogadas desde a defesa. Com a liberdade atual, eu posso ficar mais perto da área, o que facilita os gols e as assistências. Deixa eu ficar com a 2 mesmo. Gosto deste número e já foi criada uma identificação. A 10 pode ficar com o Zé Roberto, até porque está muito bem servida – brincou Leonardo Moura.